segunda-feira, 9 de junho de 2014

Um simples servo

Chorei...
quando alguém me disse,
que eu poderia ser um tirador de água
ou rachador de lenha, nunca um teólogo.
Mas pensando, sofrendo, refletindo,
conclui ser benção,
o que julgara maldição.
É certo que são funções de escravos.
Mas fui chamado para ser servido,
e lavar os pés dos que estão à mesa?

Tirador de água...
No deserto, sem um traço de verde.
Sob o sol inclemente, a figura amiga e humilde
do homem que tem os instrumentos que pode tirar
e oferecer um pouco de água fresca.
A doce música da roldana,
que faz subir o balde, onde a água cintila
preciosa como a salvação.

E quando o inverno chega, gelando o corpo e a alma,
entorpecendo os membros, tirando a alegria,
anunciando a morte; ou quando falta o fogo
para a alimentação...
bendita mão rude e calejada
que toma o machado e prepara a lenha
Abençoado tirador de água!
Abençoado rachador de lenha!
Água que refrigera - fogo que aquece,
salvação de Jesus - presença de Deus.

Cantei...
Quando descobri que meu ministério
não será trampolim para as posições de honra
a projeção pessoal, o deleite meu.
Apenas um tirador de água
- da água da vida;
Ou rachador de lenha
- para o fogo do altar.

Um simples servo 
para a glória de Deus.

Poema de Myrtes Mathias

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